Seis meses sem antibiótico
Mariana nasceu muito bem, muito bem, muito bem.
Mas tinha um probleminha, probleminha, probleminha.
Era difícil respirar, respirar, respirar.
Dormia sempre a roncar, a roncar, a roncar.
Três vezes tive que a internar, a internar, a internar.
Uma vez teve que operar, operar, operar.
Foram tantas as consultas lá, consultas cá e acolá.
Foram tantas as consultas lá, consultas cá e acolá.
Antibiótico era todo dia, todo dia, todo dia.
Antibiótico era todo dia, sem parar.
Teve então uma rezadeira, rezadeira, noite inteira.
Cortamos leite, queijo e sorvete, e sorvete, e sorvete
Mas era muita otite sem parar, sem parar, sem parar
Veio então o homeopata, homeopata, homeopata
Finalmente veio o homeopata, homeopata
Nos salvar
E hoje faz seis meses já, seis meses já, seis meses já
E hoje faz seis meses sem tomar
Nenhum antibiótico, ótico, ótico, ótico
Se livrou do antibiótico, sem voltar
E ela canta e dança muito bem,
Muito bem, muito bem
Toma sorvete e dorme linda, toda linda
Sem roncar
quarta-feira, abril 08, 2009
quinta-feira, junho 21, 2007
Mambembe
A temporada do Chico Buarque com seu show Carioca foi assunto nesse ano. Falar nisso é chover no molhado. Quero só acrescentar que o show no Circo Voador, no Rio de Janeiro, foi prá lá de histórico. Por sorte (e 4 horas de fila), eu estava lá.
Para quem não foi, dá para entrar no You Tube e ver vários vídeos amadores, tipicamente gravados de celulares aqui: http://www.youtube.com/watch?v=VcIwk2ighDk.
Pelo link acima, o interessado pode ir navegando por vários vídeos e ter uma ótima idéia do histórico show.
Eu destaco uma música, que me emociona sempre. É a Mambembe, do filme Quando o Carnaval Chegar, do início dos anos 70. Foi incrível ver o público cantando em coro essa música de quase 40 anos, mas obra de arte intacta, eterna. Veja o vídeo dela: http://www.youtube.com/watch?v=VcIwk2ighDk.
Apesar dos relatados problemas de som em certos lugares, muito melhor show no Circo Voador do que no Canecão!
Para quem não foi, dá para entrar no You Tube e ver vários vídeos amadores, tipicamente gravados de celulares aqui: http://www.youtube.com/watch?v=VcIwk2ighDk.
Pelo link acima, o interessado pode ir navegando por vários vídeos e ter uma ótima idéia do histórico show.
Eu destaco uma música, que me emociona sempre. É a Mambembe, do filme Quando o Carnaval Chegar, do início dos anos 70. Foi incrível ver o público cantando em coro essa música de quase 40 anos, mas obra de arte intacta, eterna. Veja o vídeo dela: http://www.youtube.com/watch?v=VcIwk2ighDk.
Apesar dos relatados problemas de som em certos lugares, muito melhor show no Circo Voador do que no Canecão!
quinta-feira, dezembro 08, 2005
EPIC 2015
Vale ver essa animação em Flash:
http://www.albinoblacksheep.com/flash/epic
A dica original acho que veio do Cat, o Andre me falou da atualização agora.
Trata-se de um video sobre o futuro da mídia em meio à competição Google vs Microsoft vs NYT.
http://www.albinoblacksheep.com/flash/epic
A dica original acho que veio do Cat, o Andre me falou da atualização agora.
Trata-se de um video sobre o futuro da mídia em meio à competição Google vs Microsoft vs NYT.
domingo, novembro 27, 2005
The locks o'truth
Dica do Paganini, nesse site você pode ver como realmente é (e não é) abrir cadeados com revólveres e outras armas. Divirta-se!
Tiago, Usi, eu e a bola
Foto tirada no aterro do Flamengo, em junho, passeando com Tiago e a Usi, cadela do Alexandre e da Fabrícia. Testando a publicação direto do Flickr!
Meu primeiro blog
Achei meu primeiro blog. Creio que o criei assim que vi o conceito dos blogs. Foi uma recriação de um jornal que mantive inicialmente com meus primos Carlos Gustavo e Paulo Henrique, mas que depois fui mantendo sozinho quando adolescente. O nome era Jornal da Família, dado pelo Carlos, e nele publicávamos notícias, opiniões, brincadeiras e até fotos da família. Nunca me esquecerei da primeira manchete do JF, criada pelo Carlos, "Papai chama Sarney de ladrão". Os arquivos do JF, infelizmente ainda não digitalizados, mostram a evolução da computação:
- a primeira edição foi em máquina de escrever (bicolor, tinha preto e vermelho, daquelas manuais mesmo;
- chegamos a usar também uma impressora horrível, a pior que já existiu, a Grafix MTA, que não tinha acentos, nem modo de qualidade maior, nada disso, era uma matricial de 8 pinos ASCII puro;
- ainda na era do Apple II clonado, passamos a usar a mesma Grafix com programas gráficos, o que melhorou um pouco a qualidade da diagramação, mas não da impressão;
- também no Apple tive um scanner inenarrável, que capturava imagens em pausa de vídeo cassete. Só que naquela época o video era 2 cabeças, cheio de lixo na imagem, a qualidade da imagem scaneada a partir dessa fonte e impressa na Grafix era impossível. Mas o JF já fazia fotografia digital na década de 80! :-))
- depois veio o PC, a impressora laser, o Windows, tudo se sofisticou. Lembro-me de ter feito vários outros jornais, mais notadamente o Transmogrificating News, o qual também não teve seu arquivo digitalizado.
É isso. Nalguma hora vou digitalizar esses acervos precisosos!
- a primeira edição foi em máquina de escrever (bicolor, tinha preto e vermelho, daquelas manuais mesmo;
- chegamos a usar também uma impressora horrível, a pior que já existiu, a Grafix MTA, que não tinha acentos, nem modo de qualidade maior, nada disso, era uma matricial de 8 pinos ASCII puro;
- ainda na era do Apple II clonado, passamos a usar a mesma Grafix com programas gráficos, o que melhorou um pouco a qualidade da diagramação, mas não da impressão;
- também no Apple tive um scanner inenarrável, que capturava imagens em pausa de vídeo cassete. Só que naquela época o video era 2 cabeças, cheio de lixo na imagem, a qualidade da imagem scaneada a partir dessa fonte e impressa na Grafix era impossível. Mas o JF já fazia fotografia digital na década de 80! :-))
- depois veio o PC, a impressora laser, o Windows, tudo se sofisticou. Lembro-me de ter feito vários outros jornais, mais notadamente o Transmogrificating News, o qual também não teve seu arquivo digitalizado.
É isso. Nalguma hora vou digitalizar esses acervos precisosos!
sexta-feira, agosto 15, 2003
O apagão é aqui
Escrevo enquanto Nova Iorque está às escuras há mais de sete horas. Por alguns momentos, podemos nos sentir orgulhosos, A barbárie é lá. Mas se olharmos bem em volta e observarmos um pouco melhor as notícias da noite, infelizmente fica claro que o caos ainda é aqui. E já dura uns 500 anos.
Eu explico: hoje o TJ confirmou por unanimidade a absolvição dos policiais (anteriormente absolvidos em primeira instância, no tribunal do Júri) que mataram o bandido do ônibus 174 dentro do camburão, por asfixiamento. O bandido foi capturado vivo, posto no camburão, do qual saiu morto. Não só asfixiado, mas com lesões diversas. Horas antes, aparentemente drogado e após causar uma enorme confusão, tendo ameaçado reféns por horas e parado o trânsito da zona sul do Rio, demonstrou cabalmente a impotência e incompetência da nossa polícia, cuja ação foi digna de pena, tendo resultado na morte de uma pessoa.
Não quero justificar em nada a ação do bandido, mas é insuportável que nosso estado de direito seja frágil a ponto de policiais poderem cometer um ato bárbaro, acompanhado na hora pela imprensa, impossível de ser negado, e saírem impunes. Quem sente um doce sabor de vingança da sociedade com a morte imediata do bandido, está enganado. Esse tipo de ato deveria ser repudiado por todos: é mais um péssimo exemplo de impunidade; é um patente desrespeito à lei, sendo cometido justamente por autoridades constituídas para defendê-la; a acreditar-se na tese da defesa, seria uma demonstração inacreditável de incompetência da polícia. É um retrato do nosso atraso, do nosso subdesenvolvimento. Como um todo, é um caso que explica muito bem o que é este país e por que ainda somos o que somos.
Deixo-os com a transcrição do trecho final da reportagem de Marcelo Dutra, do O Globo Online, publicada hoje às 19h53. Fala por si.
Eu explico: hoje o TJ confirmou por unanimidade a absolvição dos policiais (anteriormente absolvidos em primeira instância, no tribunal do Júri) que mataram o bandido do ônibus 174 dentro do camburão, por asfixiamento. O bandido foi capturado vivo, posto no camburão, do qual saiu morto. Não só asfixiado, mas com lesões diversas. Horas antes, aparentemente drogado e após causar uma enorme confusão, tendo ameaçado reféns por horas e parado o trânsito da zona sul do Rio, demonstrou cabalmente a impotência e incompetência da nossa polícia, cuja ação foi digna de pena, tendo resultado na morte de uma pessoa.
Não quero justificar em nada a ação do bandido, mas é insuportável que nosso estado de direito seja frágil a ponto de policiais poderem cometer um ato bárbaro, acompanhado na hora pela imprensa, impossível de ser negado, e saírem impunes. Quem sente um doce sabor de vingança da sociedade com a morte imediata do bandido, está enganado. Esse tipo de ato deveria ser repudiado por todos: é mais um péssimo exemplo de impunidade; é um patente desrespeito à lei, sendo cometido justamente por autoridades constituídas para defendê-la; a acreditar-se na tese da defesa, seria uma demonstração inacreditável de incompetência da polícia. É um retrato do nosso atraso, do nosso subdesenvolvimento. Como um todo, é um caso que explica muito bem o que é este país e por que ainda somos o que somos.
Deixo-os com a transcrição do trecho final da reportagem de Marcelo Dutra, do O Globo Online, publicada hoje às 19h53. Fala por si.
"
(...)
O desembargador Hélio de Farias, relator da apelação criminal, rejeitou a alegação do Ministério Público de que a decisão do júri foi contrária às provas existentes no processo. Segundo ele, os jurados acolheram a versão da defesa de que as lesões no pescoço de Sandro foram resultado da luta que o assaltante, que estava drogado, travou com os PMs, dentro do camburão, na tentativa de resistir à prisão.
- As lesões resultaram da resistência da vítima - disse o relator.
O desembargador afirmou também que os policiais sempre admitiram que constrangiram o pescoço de Sandro para detê-lo. Ele leu trechos de laudos da perícia que demonstram a fragilidade da região do pescoço. "A área do pescoço é delicada e frágil e pode provocar a morte mesmo que não se queira", destacou o relator. Ele foi acompanhado em seu voto pelos desembargadores Flávio Magalhães e Maria Raimunda de Azevedo.
"
quinta-feira, agosto 07, 2003
Dr. Roberto
Cresci ao longo da ditadura militar e uma das conseqüências disso, apesar de ter estudado em uma escola religiosa e tradicional, foi a de que todos os meus professores eram comunistas. Na prática, isso não é bem verdade: como dizia nosso professor de física, comunista mesmo era só o professor de português. Mas o fato é que, naqueles anos, Dr. Roberto Marinho era apontado como o inimigo a ser combatido: "dono do país", "mandante" em tudos e todos, "arquiteto do mal", manipulador por trás de tudo. Não faltavam as histórias secretas ou explicações mirabolantes que atrelavam fatos diversos à vontade e manipulações do jornalista-empresário.
Com os anos, passamos pela abertura lenta e gradual, o surgimento do PT, a eleição de Brizola, Dr. Roberto imortal na ABL, a fantástica eleição e impeachment de Collor, as tentativas e finalmente a chegada de Lula à presidência, a cassação de ACM. No país, aos poucos e a duras penas, vai aumentando a transparência, a democracia se consolidando. Será um processo de décadas, mas ninguém fala mais do poder da Rede Globo ou das vontades do Dr. Roberto. O jornalismo da Globo é inclusive reconhecido por muitos como dos mais isentos e competentes, Basta ver os profissionais que lá trabalham, argumentam.
No hospital aqui em frente, muitos boatos depois, faleceu o Dr. Roberto, 98 anos. Sem dúvida um fato lamentável para a família, filhos e netos, com os quais me solidarizo. Para o país, a perda irreparável: fundador do jornalismo contemporâneo, visionário, um dos pilares e exemplos do país, ousado e talentoso, defensor da liberdade de imprensa e democracia, estes apenas alguns dos adjetivos ouvidos de políticos, artistas, jornalistas. Embora não tenhamos chegado a ouvir declarações similares de Brizola ou quem sabe de Fidel, talvez seja apenas uma questão de tempo: Oscar Niemeyer já falou, bem como o presidente da CUT. E houve uma incrível guinada no discurso, se comparado ao dos anos 70 e 80.
Não quero julgar a mudança da opinião, fato certamente de grande complexidade. Mas quero registrar e comentar que a morte do Dr. Roberto tem um forte lado simbólico. É um rito de passagem para o país. Não importa se Dr. Roberto foi ou não aquele maquiavélico "dono do país", ou se foi o gênio empreendedor. Julgar seu papel verdadeiro na história será um grande desafio, para historiadores e estudiosos perseguirem. Mas registre-se que, de uma forma ou de outra, sua morte é uma passagem importante: a ameaça, o fantasma de um, ainda que suposto, "dono do país", que assombrou uma geração, está superada.
Com os anos, passamos pela abertura lenta e gradual, o surgimento do PT, a eleição de Brizola, Dr. Roberto imortal na ABL, a fantástica eleição e impeachment de Collor, as tentativas e finalmente a chegada de Lula à presidência, a cassação de ACM. No país, aos poucos e a duras penas, vai aumentando a transparência, a democracia se consolidando. Será um processo de décadas, mas ninguém fala mais do poder da Rede Globo ou das vontades do Dr. Roberto. O jornalismo da Globo é inclusive reconhecido por muitos como dos mais isentos e competentes, Basta ver os profissionais que lá trabalham, argumentam.
No hospital aqui em frente, muitos boatos depois, faleceu o Dr. Roberto, 98 anos. Sem dúvida um fato lamentável para a família, filhos e netos, com os quais me solidarizo. Para o país, a perda irreparável: fundador do jornalismo contemporâneo, visionário, um dos pilares e exemplos do país, ousado e talentoso, defensor da liberdade de imprensa e democracia, estes apenas alguns dos adjetivos ouvidos de políticos, artistas, jornalistas. Embora não tenhamos chegado a ouvir declarações similares de Brizola ou quem sabe de Fidel, talvez seja apenas uma questão de tempo: Oscar Niemeyer já falou, bem como o presidente da CUT. E houve uma incrível guinada no discurso, se comparado ao dos anos 70 e 80.
Não quero julgar a mudança da opinião, fato certamente de grande complexidade. Mas quero registrar e comentar que a morte do Dr. Roberto tem um forte lado simbólico. É um rito de passagem para o país. Não importa se Dr. Roberto foi ou não aquele maquiavélico "dono do país", ou se foi o gênio empreendedor. Julgar seu papel verdadeiro na história será um grande desafio, para historiadores e estudiosos perseguirem. Mas registre-se que, de uma forma ou de outra, sua morte é uma passagem importante: a ameaça, o fantasma de um, ainda que suposto, "dono do país", que assombrou uma geração, está superada.
Ramos e Rumos
Quando surgiu a onda dos blogs, eu fui logo fazer um. Meio por obrigação (trabalho com Internet), meio por vontade de experimentar. Divulguei para muito poucos e a coisa acabou morrendo. Acho que não tive o que dizer, sei lá. Agora, reinaugurando Ramos e Rumos, vamos ver como a coisa caminha. Em princípio vou usar este espaço para comentar questões de economia, política, costumes em geral e tecnologia em cima da realidade brasileira.
Quando surgiu a onda dos blogs, eu fui logo fazer um. Meio por obrigação (trabalho com Internet), meio por vontade de experimentar. Divulguei para muito poucos e a coisa acabou morrendo. Acho que não tive o que dizer, sei lá. Agora, reinaugurando Ramos e Rumos, vamos ver como a coisa caminha. Em princípio vou usar este espaço para comentar questões de economia, política, costumes em geral e tecnologia em cima da realidade brasileira.
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